A importância de valorizar a presença das mulheres no mercado de trabalho
Pode parecer uma questão boba. Mas com uma desigualdade instalada nos níveis mais profundos da nossa sociedade, muitas pessoas não enxergam a importância de termos igualdade e paridade.
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A igualdade e diversidade no ambiente de trabalho tem sido um tema altamente discutido nos últimos anos. Dentro disso, podemos destrinchar diversos assuntos, como a importância da presença das mulheres no mercado. Desde 2015 a McKinsey & Company tem realizado, anualmente, uma pesquisa sobre o tema.
E de acordo com a instituição, “nos últimos cinco anos, vimos mais mulheres subirem para os principais níveis das empresas”. Contudo, a igualdade de gênero ainda está longe do ideal.
Para alterar os números, as empresas precisam se concentrar onde está o verdadeiro problema. Costumamos falar sobre o “teto de vidro” que impede as mulheres de alcançar posições de liderança sênior. Na realidade, o maior obstáculo que as mulheres enfrentam é muito mais cedo, no primeiro passo para o cargo de gerente. Consertar esse ‘degrau quebrado’ é a chave para alcançar a paridade.
McKinsey & Company, Women in the Workplace 2019
Para que isso aconteça, é preciso que a cultura empresarial esteja alinhada com o objetivo da paridade.
Independentemente de gênero, etnia, orientação sexual ou qualquer outro fator relacionado ao indivíduo, todos devem ter as mesmas oportunidades de crescimento de acordo com sua competência.
“Os funcionários se preocupam profundamente com a oportunidade e a justiça, não apenas para si mesmos, mas para todos”, ressalta o artigo.
A fim de abordar o assunto com mais detalhes escrevemos o texto a seguir com estatísticas, exemplos e reflexões reais sobre a presença das mulheres no mercado de trabalho.
Falaremos, ainda, como grandes empresas que têm mulheres à sua frente caminham em direção à igualdade e inovação — como é o caso do Woba. Continue conosco!
Por que falar sobre as mulheres no mercado de trabalho?
Pode parecer uma pergunta boba. Mas com uma desigualdade instalada nos níveis mais profundos da nossa sociedade, muitas pessoas não enxergam a importância de termos igualdade e paridade.
Muitos acreditam que as mulheres já possuem os mesmos salários e cargos. Enquanto outros pensam que a falta da presença feminina em cargos mais altos se deve aos níveis de competência.
Entretanto, em sua pesquisa o instituto McKinsey & Company mostra, em números, a realidade atual. Veja abaixo:
O que a análise mostra é que apesar de haver um aumento tímido da porcentagem de mulheres em cada nível entre 2015 e 2019, o número é inversamente proporcional à altura do cargo.
Nos níveis de entrada, a paridade está praticamente em 50%, mas no C-suite (cargos de alta gestão, como CEO, CFO, CMO etc) a taxa cai para apenas 21% de público feminino. Além disso, para cada 100 homens promovidos e contratados para o cargo de gerente, apenas 72 mulheres são promovidas e contratadas.
Na ausência de um ambiente de trabalho que priorize a proteção das mulheres contra assédio, intimidação e sexismo, onde leis, regras e sistemas são mais favoráveis para os homens do que para as mulheres, há pouca surpresa sobre o motivo pelo qual a maioria das mulheres acha tão desafiador chegar ao topo.
Em outro artigo, publicado pela LeanIn, é pontuado que “as experiências das mulheres são frequentemente moldadas por outros aspectos de sua identidade.
Mulheres de cor, lésbicas e bissexuais e mulheres com deficiência estão tendo experiências distintas – e em geral piores – do que as mulheres em geral. Mais notavelmente, mulheres negras e mulheres com deficiência enfrentam mais barreiras ao avanço, obtêm menos apoio dos gerentes e recebem menos apoio do que outros grupos de mulheres”.
Como reverter a situação
Quando os funcionários sentem que têm a mesma oportunidade de avançar e pensam que o sistema é justo, ficam mais felizes com sua carreira, planejam permanecer na empresa por mais tempo e têm maior probabilidade de recomendá-la como um ótimo local para trabalhar.
Na pesquisa da McKinsey, constatou-se que “se as mulheres forem promovidas e contratadas para gerentes de primeiro nível nas mesmas taxas que os homens, adicionaremos mais um milhão de mulheres à gerência na América corporativa nos próximos cinco anos”.
Levar as mulheres ao topo exigirá esforço de todos os lados. Depois de superarmos nossos desafios internos, as organizações precisam implantar sistemas e políticas para facilitar a navegação em um sistema projetado para homens. Às vezes, basta a conscientização.
Não podemos mudar o que não sabemos. Falar sobre desafios pode transformar mentes, e isso pode ser alcançado através de campanhas ativas.
Medidas a serem adotadas nas empresas
Como já dissemos, é necessário que a empresa abrace a importância da presença das mulheres no mercado em todos os níveis hierárquicos. Desde o recrutamento até a gestão de talentos, da avaliação à remuneração, a gerência precisa revisar todas as políticas e sistemas.
Os funcionários precisam de treinamento sobre preconceitos conscientes e inconscientes, e todas as decisões precisam ser informadas por um processo estruturado de diligência prévia.
Além disso, todos os funcionários devem ter oportunidades flexíveis, de compartilhamento de trabalho e opções de trabalhar em casa em determinados períodos.
Afinal, quando uma família tem filhos e as tarefas são divididas igualmente, é natural que os responsáveis tenham que se organizar e adaptar à rotina das crianças.
Outra ideia possível é a de oferecer espaços de cuidado infantil no próprio ambiente de trabalho. Já existem, por exemplo, escritórios de coworking kids friendly. Alguns estudos indicam que o desempenho dos funcionários é mais alto e o absenteísmo é menor entre aqueles que utilizam creches no trabalho versus externas.
Exemplos de empresas com mulheres na liderança
Veja, abaixo, quatro mulheres que mostram como cargos de liderança não são exclusividade dos homens.
Roberta Vasconcellos, Woba
Aos 30 anos, ela é um dos principais nomes do ecossistema de startups do país. Já foi eleita pela Forbes como uma das jovens que estão transformando os mais diversos setores da sociedade. Hoje, como co-fundadora e CEO do Woba, não mede esforços para entregar a empresas e pessoas uma das coisas que mais gosta na vida: liberdade.
Maria Teresa Barra, General Motors
Mary Barra é um destaque entre as CEOs da lista da Revista Fortune 500, com uma carreira sólida de décadas pela General Motors. Ela foi a primeira mulher na história da GM a alcançar o posto mais alto da gestão, já foi eleita uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista Time e também faz parte do corpo de conselheiros da The Walt Disney Company desde 2017.
Maria Eduarda Kertész, Johnson & Johnson
Na atual posição como Presidente de Negócios de Consumo da Johnson & Johnson nos Estados Unidos, Duda é responsável por marcas como Johnson’s, Listerine, Oral Care e Band-Aid. De abril de 2011, até o 2016, Duda foi presidente da multinacional no Brasil e, como uma líder incrível, mostrou que pode ocupar os espaços que quiser. Ela conquistou a grande cúpula da empresa, por seu destaque extraordinário: sob o comando da executiva, a empresa cresceu 80% desde 2010.
Zeina Latif, XP Investimentos
Zeina Latif é a economista-chefe da XP Investimentos, uma das maiores corretoras de valores do Brasil. Antes de ingressar na XP Investimentos, Zeina Latif trabalhou em diversas instituições financeiras, como ABN-Amro Real e HSBC. Em 2008, assumiu como economista-chefe do ING Bank no Brasil. Também nesse ano foi condecorada com o prêmio Melhor Economista-Chefe pela Ordem dos Economistas do Brasil.
Como pudemos ver, já existem grandes nomes de mulheres presentes no mercado. Mas ainda há bastante espaço para crescimento e melhorias no papel do público feminino dentro das empresas. Felizmente, a adoção de uma cultura mais flexível e colaborativa contribui fortemente nesse caminho. Se você quer saber como adotar esses valores na sua organização, leia este post em que falamos sobre o assunto.