A volta mais segura aos espaços de coworking: como se preparar?
Continuando a programação da semana de lives do Woba, nesta terça-feira (26 de maio) nossa CEO, Roberta Vasconcellos, recebeu Tiago Alves (CEO Brasil da rede Regus & Spaces), Renata Zanuto (diretora do Cubo Itaú) e Bernardo Correa (head de Marketing & Growth no Woba). No painel foram discutidas as ações dos espaços antes e durante a quarentena, além das perspectivas para o futuro e a volta mais segura aos espaços de coworking.
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Os convidados falaram sobre as novas relações das pessoas com o ambiente do trabalho e quais medidas devem ser tomadas para garantir a segurança dos colaboradores de cada empresa. Mas uma coisa foi unanimidade: agora é o momento de se unir e exercer a empatia, pensar em ações para se proteger e proteger os outros.
E então, quer saber tudo que rolou no segundo dia da nossa webinar week? Se sim, confira o resumo a seguir.
Sobre os convidados
Visando proporcionar informações variadas e discussões ricas, trouxemos nomes de peso do mercado de escritórios flexíveis para nossa live. Tiago é CEO Brasil da rede de escritórios Regus & Spaces, uma empresa internacional (presente em 126 países) e listada na bolsa de valores de Londres. No Brasil a Regus chegou há 25 anos e já conta com mais de 70 unidades nos principais pontos do país.
Renata é diretora do Cubo Itaú, o maior e mais relevante centro de empreendedorismo tecnológico da América Latina. São mais de 300 startups na rede, e todas as empresas passam por um processo seletivo para entrar na comunidade. “O Cubo é muito mais do que um espaço físico, a gente é mesmo uma comunidade, uma plataforma de geração de negócios”, conta.
Já Bernardo é o líder da equipe de Marketing & Growth do Woba e responsável pelo projeto “Escritório Mais Seguro: Woba & Sercon”. O Certificado Escritório Mais Seguro é uma validação do Woba e da Sercon para a volta aos espaços de trabalho de forma consciente. O material tem o objetivo de acompanhar a jornada dos profissionais dentro dos escritórios e mapear os possíveis pontos de riscos de contaminação.
O que foi feito antes da quarentena
De acordo com Tiago, a Regus não foi pega de surpresa no Brasil. Afinal, com uma rede presente no mundo inteiro, o CEO estava em contato com executivos da China e Europa antes mesmo do coronavírus chegar ao Brasil. “Não fomos pegos de surpresa, todas as unidades estão funcionando porque nos preparamos previamente. Além disso temos muitos clientes que são serviços essenciais. Quem é privilegiado pôde fazer home office”, disse, destacando a importância dos profissionais de saúde e outros serviços essenciais que estão se arriscando diariamente para atender à população.
Já Renata contou que o processo no Cubo Itaú foi um pouco mais gradual, até culminar no fechamento do espaço como forma de prevenção. “Teríamos uma missão para a China em junho, então já estávamos em contato com pessoas de lá e entendendo a situação. Conversamos com investidores internacionais e, depois, com os founders do Cubo sobre o cenário internacional e o que poderia acontecer no Brasil e que tipos de medidas de saúde e mais cautelosas seriam tomadas. No dia 12 de março entramos em lock down e transformamos nosso business todo no digital durante a pandemia”.
O mercado de coworkings nesse cenário
Agora pode parecer que não há procura pelos escritórios flexíveis. Mas é preciso pensar que estamos passando por um momento de isolamento, portanto a maioria dos profissionais está trabalhando de casa. Contudo, após a quarentena a tendência é que surjam ainda mais oportunidades para os coworkings, como destacou Tiago.
“É a crise de 2014 toda de novo. Os espaços flexíveis de trabalho, também chamados de coworking, foram grandes aliados das empresas que precisavam reduzir custos. É a mesma coisa agora. E os espaços que puderam se manter perenes agora, vão colher frutos no mercado pós-pandemia”, falou Tiago que ainda completou: “depois da pandemia o movimento é o close to home office. Nem todo mundo tem estrutura para o home office. O ser humano é um animal social, ele busca os espaços de coworking pelo networking, pra se conectar e pela infraestrutura. As empresas têm que se preparar para o futuro. Está todo mundo com medo do agora, mas esse agora tem data pra acabar”.
As empresas têm que se preparar para o futuro. Está todo mundo com medo do agora, mas esse agora tem data pra acabar.
Tiago Alves, CEO Brasil da rede Regus & Spaces
Renata concordou com o empresário e completou: “existem muitos motivos paralelos que incentivam as pessoas a assistirem um evento além do conteúdo propriamente dito. Quando começarem a voltar, as pessoas vão olhar pela conexão justamente pelo que ela tem a agregar no dia a dia. A gente vai ter o modelo híbrido que está todo mundo falando. As pessoas não abrem mão do contato pessoal. Elas vão sim voltar a usar o espaço físico. E a gente vai usar o digital para gerar ainda mais conexões, gerar ainda mais valor”.
Como voltar de forma mais segura para os espaços de coworking
Mas então, enquanto não temos uma vacina, como voltar de maneira mais segura para os espaços de coworking? Tiago destacou que estamos caminhando para a tendência do “touchless economy”, ou seja, de uma economia baseada em soluções sem toque para objetos de uso do dia a dia — vamos evitar encostar em qualquer coisa de uso compartilhado.
Em um cenário tão incerto, algumas coisas são certeza: não haverá aglomerações, teremos menos pessoas por metro quadrado e os padrões de limpeza serão mais rigorosos. Renata destacou a importância de disponibilizar um guia para todos os clientes, afinal tudo isso é novidade para as pessoas e muitas ainda não sabem o que podem ou não podem fazer.
Nesse sentido, Bernardo explicou como funciona o Certificado Escritório Mais Seguro: Woba & Sercon. “Muitos espaços procuraram o Woba para saber qual era a melhor forma de reabrir os escritórios, quais eram as melhores práticas num momento pós-quarentena. Então sentimos falta de um respaldo mais científico e resolvemos nos unir à Sercon, uma das maiores referências em medicina do trabalho no Brasil. E a partir daí mapeamos toda a jornada dentro dos escritórios e os pontos de risco de contaminação. Depois foi elaborado um plano de ação para cada um dos pontos de risco”.
Perspectivas para o futuro
“É o momento de repensar modelos e pensar como gerar valor para o seu público. Nós vamos nos estruturar utilizando as soluções das nossas próprias startups com uso de reconhecimento facial, por exemplo, para identificar aglomerações”, comentou Renata.
“O escritório mudou um pouco o conceito, ele não é mais só um espaço de trabalho, é um espaço de conexão, onde você vai ter interação com o outro, trocas e conexões com o time”, completou a diretora que também acredita que os escritórios oferecerão espécies de showrooms, como certas lojas já fazem hoje em dia.
Já Tiago acredita que o ponto essencial para o futuro dos espaços de coworking é a entrega de infraestrutura que proporcione produtividade: “os escritórios cada vez mais vão fazer jus à produtividade. Ele tem que entregar a infraestrutura, tecnologia, touchless economy, práticas de segurança, tudo para que as pessoas sejam produtivas”.
Nesse sentido a tecnologia se faz ainda mais essencial. “O escritório do futuro é 100% conectado, smart office. E isso corrobora com o touchless economy, com comandos por voz (como a Alexa, por exemplo). Os eventos vão se reinventar, conectar o físico (experiência de como eu devo consumir) com o digital (o que eu quero consumir)”, completou Tiago que ainda destacou a importância de se atentar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
E aí, gostou das dicas e debates dos nossos convidados? Se quiser conferir o vídeo completo do webinar, clique aqui. E não se esqueça que ainda temos dois dias de painéis com grandes nomes do mercado! Hoje falaremos sobre como os gestores de facilities estão adaptando os escritórios às novas necessidades e padrões. Se você ainda não se inscreveu, clique no banner abaixo e participe!