Pesquisa mostra os efeitos do home office na produtividade
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Um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral revelou que o home office é muito mais eficiente do que a maioria das pessoas acreditava. Apesar disso, também há desvantagens. Fizemos um resumo com os principais pontos da pesquisa.
Uma pesquisa divulgada pela Fundação Dom Cabral e do Talenses Group destacou os efeitos do home office na produtividade dos colaboradores. O tema é bastante interessante, tendo em vista que muitas pessoas conheceram essa forma de trabalho por conta da quarentena imposta pela pandemia da Covid-19.
Em suma, o estudo constatou que o modelo de home office se mostra muito mais eficiente do que o senso comum acreditava até então. Em contrapartida, constatou-se que muitas pessoas preferem trabalhar nos escritórios.
Isso aponta que a cultura do anywhere office, que possibilita o trabalho em qualquer local, como a casa do colaborador, o escritório da empresa ou os coworkings, deve se difundir cada vez mais em nosso país. Essa forma de trabalho já é comum em países como a Holanda e agora deve ganhar evidência em todo mundo.
Principais efeitos do home office na produtividade das empresas
Elaboramos um breve resumo, que reúne os principais efeitos do home office na produtividade das empresas, conforme constatado no estudo realizado pela Fundação Dom Cabral e pelo Talenses Group.
O estudo foi liderado por Luiz Valente, CEO do Talenses Group e pelo professor Paul Ferreira, doutor em Estratégia e Liderança. Ao todo, 1070 pessoas foram ouvidas, de diferentes gerações, identidades de gênero e nível hierárquico.
Veja, a seguir, as principais conclusões da pesquisa!
Necessidade de adaptação dos espaços domésticos
47% dos respondentes da pesquisa comentaram que têm um cômodo da casa exclusivo para o trabalho. No entanto, 38% afirmaram trabalhar em um espaço não destinado para essa atividade, como o quarto, a sala ou a cozinha.
Além disso, 12% dos entrevistados disseram que variam entre os cômodos durante o dia. Isso demonstra a necessidade que as pessoas tiveram para adaptar o trabalho para os seus lares. Para contornar essa situação, o uso de espaços exclusivos para as atividades profissionais, como os coworkings, é uma ideia que deve ser pensada para que se tenha mais produtividade.
Aumento da produtividade quando não há crianças em casa
Com as escolas fechadas e as aulas online, pais e filhos dividiram os espaços da casa durante a quarentena. O estudo mostrou que a presença de crianças no ambiente influencia na produtividade dos adultos, principalmente das mulheres.
Em uma escala de 0% a 100%, as mulheres que têm uma criança em casa disseram que tem uma produtividade média de 65%. Já entre os homens esse número cresce para 70%.
Essa constatação pode estar relacionada ao fato de as mulheres, culturalmente, se dedicarem mais aos cuidados com a família. Mais uma vez se percebe que o trabalho remoto, que não é sinônimo de home office, tem mais eficiência.
Se uma empresa adota o trabalho remoto, os colaboradores não necessariamente realizam as suas atividades em casa, mas sim em qualquer local em que tenham acesso a dispositivos móveis e conexão com a internet.
Inclusive, existem coworkings com espaços kids para que os pais e mães possam trabalhar, enquanto os pequenos participam de brincadeiras e atividades educativas, com a supervisão de cuidadores qualificados.
Crescimento do risco de desalinhamento da rotina
O Dr. Paul Ferreira, um dos responsáveis pela pesquisa, afirma que “o senso de estar sempre ligado pode afetar a produtividade e a qualidade de vida”. Ele também comenta que é preciso ter disciplina e cumprir os horários de trabalho, sem deixar de lado as rotinas pessoais.
20% dos respondentes da pesquisa disseram que não fazem pausas ao longo do dia, por exemplo. Já sobre o horário de almoço, 32% comentaram que descansam por menos de uma hora.
Se o colaborador não for organizado, o home office pode confundir as rotinas e o trabalho se estender por mais horas do que o esperado. Isso não é recomendado, tendo em vista que pode causar doenças psicológicas, como a síndrome de Burnout.
Para muitos trabalhadores, a rotina com mais opções de locais para o trabalho (como sair de casa, conviver com outras pessoas e ter um dia a dia mais organizado e com horários definidos para cada finalidade) possibilita hábitos mais saudáveis do que o home office.
A produtividade não cai com equipes trabalhando a distância
Muitas pessoas têm a falsa ideia de que é difícil manter uma boa comunicação entre as equipes que não compartilham o mesmo espaço físico. A pesquisa sobre efeitos do home office na produtividade comprovou que isso não passa de mera impressão ou desconhecimento.
Em uma escala de 0% a 100%, os respondentes que trabalham em uma equipe com mais de seis pessoas disseram que tem uma produtividade média de 73%. Já para quem trabalha sozinho o índice é de 67%.
É bem provável que a alta produtividade do trabalho em equipe aconteça porque as trocas pessoais são possibilitadas, por meio de aplicativos mensageiros, sistemas de gestão na nuvem e videoconferências.
Os trabalhadores gostariam de continuar trabalhando em home office
Foi perguntado aos trabalhadores se eles gostariam de ter a oportunidade de optar por trabalhar em home office e 91% deles responderam que sim. No entanto, a maior parte dos colaboradores não deseja ficar trabalhando em casa todos os dias.
27% acreditam que a frequência ideal para trabalhar em casa é duas vezes por semana, enquanto outros 27% pensam que até três dias podem ter as atividades feitas no lar. Isso mostra como as pessoas desejam ter mais autonomia em suas rotinas, o que possibilita o desenvolvimento da lealdade dos times.
Essa constatação, mais uma vez, mostra que o anywhere office tende a crescer no pós-pandemia. Ao adotar essa cultura, os colaboradores podem frequentar o escritório da empresa em determinadas situações, como dias em que há uma reunião com um cliente importante e ficar em casa, em coworkings, em cafés ou em bibliotecas, nas demais ocasiões.
Os efeitos do home office na produtividade, evidenciados na pesquisa da Fundação Dom Cabral, mostram que, em curto prazo, os respondentes se perceberam tão ou mais produtivos remotamente do que trabalhando na sede da empresa.
Porém, o ambiente doméstico nem sempre é o mais adequado para a execução das atividades profissionais, até mesmo por uma questão de estrutura. O trabalho remoto, realizado em qualquer local, é o que deve prevalecer, portanto, no pós-pandemia.
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Texto de Lucas Flores – Relações Públicas e mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Desde 2013, trabalha com produção de conteúdo para web.