Como uma empresa inteligente aproveita as oportunidades?
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Mudanças nem sempre são bem vistas, seja no âmbito pessoal ou profissional. Muitas vezes, quando elas acontecem de forma repentina ou são “impostas”, ficamos assustados e com medo de abraçar as transformações. Contudo, até mesmo situações difíceis podem representar oportunidades de crescimento. E quando falamos em negócios, uma empresa inteligente sabe aproveitar essas ocasiões muito bem.
Situações adversas têm sido cenário de grandes invenções ao longo dos anos. As guerras (tanto as duas Guerras Mundiais como a Guerra Fria) fomentaram avanços tecnológicos importantíssimos até hoje — um grande exemplo disso é o próprio computador. Além disso, esses momentos também acarretaram mudanças de pensamento e estilo de vida no mundo todo.
Nesse sentido, hoje falaremos sobre quais são as transformações potencializadas pela crise do coronavírus e como seu negócio pode aproveitá-las. Baseados na experiência do Woba com trabalho remoto e rotinas flexíveis, traremos dicas para ter uma empresa inteligente e sair na frente nesse novo contexto de mercado. Vamos lá?
O verdadeiro trabalho remoto
Muitas empresas não haviam experimentado rotinas flexíveis de trabalho antes da pandemia de Covid-19. Mas com a necessidade do isolamento, elas foram praticamente obrigadas a adotar o trabalho remoto. E daí veio uma grata surpresa: negócios tradicionais se beneficiaram da flexibilidade em vários aspectos.
Ao mesmo tempo, quem já está mais habituado ao mundo do trabalho flexível, sabe que esse cenário atual não é um trabalho remoto verdadeiro. Afinal estamos sendo forçados a ficar dentro de casa todo o tempo, e isso também traz impactos psicológicos e emocionais.
Diferentemente de cenários normais, essa situação foi repentina, não voluntária, provavelmente durará um longo período de tempo e não permite a socialização normal fora do trabalho. Além disso, a pandemia significa que as pessoas estão passando por um estresse adicional por causa de fatores externos.
Mas com essa amostra do que pode ser a flexibilidade, muitos profissionais e empresas já têm demonstrado um grande interesse em adotar o trabalho remoto (ou híbrido) permanentemente. Se agora já estamos vendo benefícios, imagine em um momento em que estejamos fora de um cenário de crise? As vantagens são várias!
O que significa ter flexibilidade
A verdadeira flexibilidade significa simplesmente que os funcionários têm a opção de trabalhar de onde quiserem, onde se sentem mais confortáveis e produtivos. Esses locais podem ser a própria sede da empresa, espaços de escritórios compartilhados, em casa, cafeterias, bibliotecas ou qualquer outro lugar onde as pessoas possam realizar suas atividades — até mesmo viajando.
E ser uma empresa flexível também engloba uma série de outros fatores relacionados às rotinas, horários e autonomia dos colaboradores. De acordo com Gill Stewart, diretor administrativo da Capability Jane, uma agência de recrutamento, o trabalho flexível “permite práticas de trabalho ‘ágeis’ em empresas maiores, contratos baseados em resultados e equipes virtuais, nas quais os membros da equipe estão localizados em diferentes locais. Algumas empresas estão até trazendo mudanças para a semana padrão de cinco dias.”
Processos do trabalho remoto
Uma empresa inteligente está sempre atenta às novas ferramentas tecnológicas e processos operacionais. O termo trabalho também implica que uma organização tenha desenvolvido sistemas de comunicação e colaboração para que os funcionários possam trabalhar de qualquer lugar do mundo — e realizar seu trabalho sem precisar estar no mesmo escritório.
Veja quais são alguns dos principais processos e premissas que envolvem o trabalho flexível.
Comunicação síncrona X assíncrona
Basicamente, a comunicação síncrona é aquela em que duas pessoas (ou mais) estão se falando ao mesmo tempo. Isso acontece em chamadas de vídeo, chamadas telefônicas, pessoalmente ou também por mensagens, caso ambas estiverem online e conversando imediatamente.
Já a comunicação assíncrona consiste em conversas que são dissociadas do espaço-tempo. Ou seja, você envia uma mensagem e precisa esperar a resposta. É o caso de mensagens (na maioria dos casos) e-mails e outras comunicações escritas.
A comunicação síncrona é ideal para assuntos urgentes, complexos e mais detalhados. Nesses casos, marque reuniões de vídeo, chamadas por aplicativos específicos ou pelo telefone mesmo. Já a comunicação assíncrona é bem prática para quando você precisa fazer uma solicitação, perguntar uma informação que não seja urgente e alinhar um posicionamento.
Além disso, é importante entender que nem sempre as pessoas estarão disponíveis. Elas podem estar em uma reunião importante ou concentradas em tarefas que requerem um maior nível de atenção. Para isso, elas podem desativar suas notificações, bloquear suas agendas e colocar o celular no silencioso. Por isso, a não ser que seja uma situação de vida ou morte (mesmo), respeite esses momentos e confie que seu colega irá te responder assim que possível.
Análise de desempenho baseada em resultados
Tradicionalmente as pessoas iam ao escritório, batiam ponto e cumpriam suas 8h de jornada de trabalho das 8h às 18h. Se isso fosse feito, considerava-se que o acordo estava sendo cumprido e o funcionário estava desempenhando seu papel. Hoje já não é bem assim — e a situação do coronavírus veio para reforçar que esse sistema está mais do que ultrapassado.
É natural que as pessoas tenham rotinas e hábitos diferentes. Um colaborador pode sentir que seu desempenho é melhor na parte da manhã, enquanto outro prefere dormir até mais tarde e trabalhar à noite. E com todos em casa essa necessidade é ainda mais evidente, já que muitos precisam cuidar dos filhos e/ou conciliar as atividades com os demais moradores.
Dessa forma, uma empresa inteligente não mede o desempenho de seus colaboradores em horas, mas sim com resultados. Se as tarefas estão sendo cumpridas e o negócio está atingindo suas metas, pouco importa se as pessoas estão trabalhando de manhã, à noite ou até de madrugada (considerando-se, claro, que é importante ter momentos de conciliação de horários com os demais membros da equipe).
As pessoas em primeiro lugar
Human first ou people first companies (empresas que colocam as pessoas em primeiro lugar) estão cada vez mais comuns. Nessas organizações o que mais importa não é o lucro, tecnologia atingida ou renome de mercado, mas sim o bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores — todas essas outras coisas vêm como consequência.
Nesse sentido, quando feito corretamente, o trabalho remoto traz benefícios incríveis para as pessoas. Uma pesquisa da TINYpulse descobriu que os trabalhadores remotos não são apenas mais felizes, mas também mais produtivos.
De acordo com uma outra pesquisa compartilhada pela Harvard Business Review, “o efeito da confiança no desempenho do trabalho relatado foi poderoso”. Quando comparados com pessoas em empresas com baixo nível de confiança nos funcionários, profissionais em companhias com alto nível de confiabilidade relataram: 74% menos estresse, 106% mais energia no trabalho, 50% mais produtividade, 13% menos dias de licença médica, 76% mais engajamento, 29% mais satisfação com suas vidas e 40% menos burnout.
Seja estando no escritório cinco dias por semana, trabalhando em coworkings, em casa, viajando ou uma mistura de tudo isso, todos são diferentes e importantes para a empresa. Ao abraçar essa mentalidade as organizações podem ver melhorias tanto no desempenho como na satisfação de seus colaboradores. Isso tem como consequência maior retenção de talentos e um ambiente de trabalho cada vez mais agradável.
O papel dos escritórios
O home office é uma ótima alternativa para dias específicos. Mas como muitas pessoas já perceberam, ele não é sustentável a longo prazo. A falta de infraestrutura e a impossibilidade de convivência com os colegas são algumas das desvantagens de se trabalhar em casa.
Roberta Vasconcellos, CEO do Woba, defende que o modelo distribuído (casa, coworking e escritório) é a chave para o sucesso. “Eu, particularmente, não acredito que o home office seja totalmente sustentável. Além da movimentação da casa, pode acontecer de o colaborador se sentir isolado. Como seres sociais que somos, precisamos que o senso de comunidade aconteça em nossas vidas. Assim, é ideal que estejamos em ambientes onde há trocas de ideias e conhecimentos”.
Felizmente, o trabalho remoto não se resume ao home office. Uma empresa inteligente, portanto, sabe como equilibrar as oportunidades do trabalho flexível e proporcionar para seus colaboradores a experiência da flexibilidade sem perder os benefícios de uma infraestrutura de escritório.
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