O que é metaverso e por que as gigantes de tecnologia estão apostando nisso
O metaverso é um ambiente digital que mistura a realidade física e a virtual. Ele promete mudar a experiência do usuário e o futuro da internet, aumentando a interação entre os usuários. Entenda mais sobre esse conceito e veja como as empresas de tecnologia estão mudando o ambiente corporativo.
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Há algumas semanas, o CEO do Facebook anunciou a mudança de sua marca. Passou a se chamar Meta. De acordo com Mark Zuckerberg, a troca serviu para atender aos novos objetivos da gigante de tecnologia: aplicar uma estratégia diferenciada e adaptada para o futuro. Qual seria? Para entender, é preciso saber o que é metaverso.
Esse conceito é tão relevante que várias startups de sucesso no Brasil já estão de olho em suas possibilidades. Enquanto isso, especialistas já relatam que a primeira casa do mundo real foi colocada à venda pelo metaverso. Ela fica em Miami, tem mais de 4 mil m² de terreno e o valor venal não foi divulgado.
Ao mesmo tempo, especialistas relatam a tendência de um boom imobiliário do metaverso em 2022. Essa tendência é específica para o setor imobiliário, mas pode ser aplicada a vários outros setores da economia.
O comércio, por exemplo, poderá disponibilizar seus produtos físicos à venda nesse ambiente virtual. E, acredite, eles serão comprados, trocados e utilizados. Ainda tem mais. Para explicar melhor, criamos este artigo com as principais informações sobre essa novidade que fará a diferença na sua vida nos próximos anos. Continue lendo!
Afinal, o que é o metaverso?
O metaverso é um ambiente virtual compartilhado. Ele combina o mundo físico com o mundo virtual, permitindo que os usuários ingressem nesse novo universo e se conectem com qualquer tipo de ambiente digital. Por isso, essa tecnologia é entendida como o futuro da internet.
O grande destaque desse ambiente é a experiência do usuário. Em vez de interagir na internet da forma como fazemos hoje, será possível ampliar a vivência. Quer alguns exemplos? Veja:
- Você poderá se dirigir a uma loja e ver sua representação virtual exatamente da forma como é o estabelecimento físico. Assim, o seu avatar poderá experimentar as peças e fazer a compra por meio de pagamento digital e recebê-las em casa;
- Os imóveis serão colocados à venda e terão uma representação fidedigna de todos os seus detalhes. Com isso, você poderá comprar terrenos, casas e apartamentos sem visitá-los pessoalmente, mas sabendo exatamente o que eles têm;
- Um cantor internacional poderá fazer um show no Brasil e você poderá assisti-lo sem precisar sair de casa e sem esse artista viajar. Inclusive, isso já foi feito para alguns jogadores de Fortnite. Quando eles chegavam a certo nível do jogo, seus avatares participavam da apresentação e interagiram com todos os outros que estavam lá — mesmo que cada um deles estivesse em diferentes lugares do mundo;
- Pilotos de fórmula 1 poderão simular, no metaverso, pistas iguais às que existem, inclusive, as instalações de suas equipes. Além disso, eles poderão vivenciar situações próximas daquelas que ocorrem na realidade para se preparem para as corridas.
Esses exemplos deixam claro que não existe como voltar atrás quando o assunto é entender o que é o metaverso. Por isso, é preciso se adaptar. É o que as gigantes de tecnologia estão fazendo ao utilizarem várias tecnologias para criar universos virtuais e alternativos para viabilizar as interações compartilhadas e coletivas.
Como o metaverso pode mudar a forma como trabalhamos e interagimos?
A ideia de metaverso é permitir que o universo físico seja complementado pelo virtual. Isso é feito por meio de aparelhos de realidade aumentada (RA), fazendo com que seja possível habitar um mundo novo, com diferentes funcionalidades e ambientes.
Assim, essa interação com o mundo virtual sai dos jogos do estilo The Sims e passa para uma abordagem muito mais ampla. Como afirmou o fundador da meta, Mark Zuckerberg, “quando eu enviar uma foto dos meus filhos para os meus pais, eles vão sentir que estão no momento com a gente, não acompanhando por uma tela”.
Porém, é preciso entender como o metaverso é aplicado ao ambiente corporativo. Nesse cenário, é possível fazer muita coisa. Inclusive, as principais dificuldades das empresas de tecnologia no trabalho híbrido poderiam ser eliminadas ou, pelo menos, diminuídas.
Por exemplo, em vez de comparecer presencialmente ou comparecer por meio de uma tela, o colaborador pode participar de uma reunião em uma sala no metaverso. A diferença é que ele fará contato visual com outros avatares e terá sua presença percebida pelas outras pessoas.
Outro exemplo é a produção de conteúdo, um dos pilares do metaverso devido às suas possibilidades de personalização. Assim, profissionais de produção de conteúdo e influenciadores digitais serão cada vez mais necessários, até mesmo porque serão responsáveis por garantir a aderência das pessoas a esse novo universo.
Ainda tem mais. O espaço de trabalho moderno aproveitará a transformação digital para ampliar as demandas já existentes devido à pandemia. Com os regimes remoto e híbrido, as limitações da interação nas tecnologias atuais foram percebidas. Dessa forma, alternativas começaram a ser criadas.
Uma delas é a plataforma Horizon Workrooms, da Meta. O espaço de encontros virtuais é acessível a partir de um par de óculos de (RA), o qual garante a conexão com o ambiente virtual para reuniões, encontros com os colegas e com o chefe.
O conceito de metaverso ainda permitirá ir além. As videoconferências passarão a ser tridimensionais e todos estarão no mesmo ambiente. É, praticamente, uma nova forma de trabalho híbrido.
Nas escolas, os avatares de alunos e professores podem vivenciar diferentes épocas e lugares. Em vez de aprenderem sobre a Idade Média apenas na teoria, eles se teletransportam para entender como eram os conflitos da época.
Já no ambiente industrial, o foco será a automação no local de trabalho. Hoje, os funcionários já fazem treinamentos por meio de simuladores que refletem a realidade. Mas os exemplos não param por aí.
A Ericsson e a Siemens Energy utilizam a plataforma Omniverse para fazer manutenções e antecipar problemas em usinas de energia. A Boeing está construindo motores virtuais para serem replicados no ambiente físico com menos desperdício de materiais e mais eficiência.
Quais empresas de tecnologia investem no metaverso?
Além dos exemplos já citados, outras empresas de tecnologia estão apostando nessa tecnologia. Veja alguns exemplos.
Microsoft
A empresa indicou que deve criar um metaverso empresarial para mudar o ambiente corporativo. Além disso, o Xbox é foco de um planejamento de construção da realidade mista.
Epic Games
A empresa dona do Fortnite tem vários projetos avançados na área de realidade virtual. A tecnologia deverá ser aplicada aos jogos.
Meta
A empresa dona do Facebook já lançou seu headset, chamado de Oculus. Além disso, desenvolve aplicativos de realidade virtual para comunicação, os social hangouts.
San Unity Software Inc.
A empresa desenvolve plataformas de serviços para que as pessoas criem conteúdos para o metaverso.
Roblox Corporation
A plataforma de videogame busca criar mundos digitais para aumentar a interação entre os gamers. Além disso, deve fornecer maneiras dos usuários criarem esses ambientes.
Com todas essas possibilidades, a verdade é uma só: o mundo todo está sendo transformado. O ambiente corporativo está sendo modificado e deve mudar ainda mais. É só esperar como isso vai afetar os próximos anos. Portanto, saber o que é metaverso hoje consiste em uma forma de se destacar e conquistar vantagem competitiva.
Além de entender esse conceito, é importante saber quais são os limites para sua empresa não ter problemas. Agora que você está por dentro dos mais diversos detalhes sobre o tema, chegou a hora de conferir o que esperar do metaverso em 2022.
O que esperar do metaverso em 2022
Scott Galloway, professor da New York University (NYU), participou do SXSW (South by Southwest ou SXSW é um grande festival de inovação, realizado na cidade de Austin, no Texas.) e apresentou as suas previsões para o metaverso em 2022.
Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, Galloway não relacionou o metaverso às tecnologias mirabolantes, mas sim à simplicidade.
Conforme destacamos no texto, o metaverso é um ambiente digital que mistura a realidade física com a virtual. A ideia é que os usuários ingressem nesse novo universo e se conectem a qualquer tipo de espaço digital.
Estima-se que o metaverso mudará a experiência dos usuários, sendo considerado por muitos como o futuro da internet.
Com o metaverso, você poderá assistir a um show ao vivo de um artista internacional sem ter que sair do sofá da sua casa. Também será possível participar de uma reunião de trabalho em tempo real, fazendo contato visual e tendo a sua presença percebida pelas outras pessoas.
As vendas virtuais também tendem a ser impactadas pelo metaverso. Com essa tecnologia, você poderá comprar ou alugar um imóvel sem visitar o local pessoalmente. Todos os detalhes poderão ser vistos em uma representação muito fidedigna, de forma totalmente online.
Enfim, com o metaverso são inúmeras as possibilidades de ampliar as atividades realizadas na internet. O mundo físico e o digital se fundem num só, criando um espaço cíbrido, como propõe a autora Martha Gabriel.
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, está apostando todas as suas fichas na nova tecnologia. Em breve, o metaverso deverá ser incorporado ao Facebook e em outras plataformas da gigante de tecnologia.
Metaverso em 2022: veja o que podemos esperar, de acordo com Scott Galloway
Agora, vamos falar sobre um dos pontos altos do evento em 2022. Scott Galloway, renomado professor e pesquisador da New York University (NYU), participou do SXSW falando sobre o metaverso.
Para Galloway, o foco do metaverso está na simplicidade e deve ser encarado dessa forma pelos usuários. Ele também acredita que os recursos de áudio serão um dos pontos altos da nova tecnologia e que a Apple é uma das empresas mais preparadas para explorá-los.
Em suas próprias palavras: “Para mim, o metaverso é muito mais sobre ouvir e menos sobre ver. Nesse sentido, a Apple está muito avançada, com seus dispositivos funcionais de áudio, do que a Meta, que vem surfando no conceito”.
Ou seja, na visão do professor, o metaverso tem muito mais a ver com funcionalidade do que com ficção. Assim, a tecnologia será incorporada naturalmente em nossas vidas, como aconteceu com os computadores, smartphones e todos os demais itens e recursos tecnológicos que usamos atualmente em nossas rotinas.
Menos Matriz e mais Her
Ainda no SXSW, Galloway comentou que o metaverso tem muito menos a ver com o filme Matrix, que aborda a existência de uma realidade virtual paralela, e muito mais com Her, longa-metragem em que os humanos interagem com máquinas e dispositivos auditivos.
Nesse sentido, Galloway disse: “Quando uma pessoa chega até mim e comenta sobre o último episódio do meu podcast, é como se ela fosse minha amiga e é muito mais próximo de uma conversa. Isso mostra o poder do áudio e como ele pode ser potencializado no que chamamos de metaverso”.
Ainda sobre os recursos em áudio, o professor mencionou a Alexa, dispositivo da Amazon que permite a interação por voz. Ele acredita que acessórios como esse permitem ampliar o alcance por voz.
Prova disso é que cada vez mais as pessoas utilizam a Alexa e outros dispositivos ou aplicativos semelhantes para fazer pesquisa por voz no Google, sem ter que abrir um navegador e digitar uma palavra-chave na barra de busca.
No entender de Galloway, ainda em 2022, esse recurso poderá ser explorado pelo metaverso, tendo em vista que novas tecnologias envolvendo os dispositivos de áudio já estão em fase de implementação.
Conclusão
E você, o que pensa sobre o assunto? Já parou para refletir sobre o que esperar sobre o metaverso em 2022 e nos próximos anos? Sem dúvida, a nova tecnologia veio para ficar e deverá impactar muito as nossas vidas e a forma como usamos a internet.
Aproveitando o tema, gostaríamos de convidá-lo para ler o nosso conteúdo que fala sobre a ética da nova tecnologia. No texto, você fica por dentro de tudo o que a sua empresa precisa saber para não ter problemas nessa esfera.
Texto escrito por Fabíola Thibes, jornalista e redatora web. Revisado por Marcelo Madeira, tradutor, revisor e editor freelancer.