Especialista em linguagem corporal do FBI dá dicas de comunicação na volta ao escritório

comunicação na volta ao escritório

A comunicação na volta ao escritório tende a ser desafiadora porque as pessoas têm comportamentos e receios diferentes no pós-pandemia. Por isso, Joe Navarro deu dicas precisas para aprender a ler a linguagem corporal e entender quando você é bem-vindo. Saiba mais.

Depois de mais de um ano trabalhando remotamente, a comunicação na volta ao escritório pode ser desafiadora. Afinal, uma nova forma de contato se estabeleceu durante o período de isolamento social — e se acostumar com as exigências do chamado “novo normal” pode ser difícil.

Porém, existem especialistas no assunto. Um deles é Joe Navarro, que escreveu o livro Be Exceptional: master the five traits that set extraordinary people apart. Trabalhando no FBI como especialista em linguagem corporal por 25 anos, ele destaca que houve mudanças nas preferências dos trabalhadores durante a pandemia.

Por isso, a primeira dica dele para garantir a aquisição e retenção de talentos é tirar um tempo na sua agenda para ajudar os colaboradores em suas necessidades, preferências, desejos, preocupações e receios. Até porque, segundo ele comentou em entrevista à Bloomberg, a maioria de nós não se engaja nesse tipo de observação.

O que precisa ser considerado para fazer uma comunicação eficiente na volta ao escritório? Neste post, apresentaremos algumas dicas, de acordo com Navarro. Acompanhe.

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Respeite os limites individuais

Cada pessoa passou a ter um comportamento durante a pandemia. Muitas pessoas preferem manter o distanciamento, evitar dar abraços e apertar as mãos. Esse é o caso de Navarro, que disse se sentir desconfortável quando alguém tenta ultrapassar esse limite.

Por isso, a dica é respeitar os limites individuais. Segundo ele, há muita bagagem psicológica devido ao grande número de mortes. Como saber se sua presença é bem-vinda na sala ou na mesa do colega de trabalho?

O ideal é prestar atenção ao tom de voz. Veja se a pessoa está realmente feliz em ver você. Outro sinal é arquear as sobrancelhas e dizer algo do tipo “como é bom ver você!”. Entender essas indicações ajuda a evitar confusão, já que a maioria fica concentrada no que está fazendo.

Além disso, “nossas ações devem beneficiar a todos. Suas habilidades de observação são a chave para saber como se aproximar ou quando é o melhor momento. Talvez ele (colega) não goste de ser atrapalhado durante a manhã. Talvez tenha um filho doente”, explica o especialista do FBI.

Para ter certeza se a pessoa se sente bem com aquela “invasão”, apareça na porta ou passe por ela e veja se a pessoa faz algum contato visual positivo. Observe, também, se o colega se vira para você. Se ele estiver confortável com as pessoas, a tendência é virar sua barriga em direção a elas.

Entenda quando é bem-vindo em uma conversa

Especialmente nesse pós-pandemia, pode haver dificuldade para entender quando é possível entrar em uma conversa. Até mesmo porque houve a contratação de colaboradores remotos. Ou seja, pessoas que nunca compareceram ao escritório, mas já tiveram contato com os colegas de trabalho.

Nesse cenário, o melhor sinal para saber se você pode entrar em uma conversa é observar os pés. Veja se eles se movem em sua direção. Caso ocorra apenas a virada do quadril com o cumprimento, não existe o interesse de que haja a sua entrada na conversa.

Conheça os comportamentos pacificadores

O ser humano gosta de sentir conforto e busca isso ao máximo. A linguagem corporal mostra essa tendência. Portanto, os comportamentos pacificadores surgem quando a pessoa se sente incomodada com alguma situação e quer desestressar. Alguns exemplos são:

  • Massagem suave para aliviar a tensão do pescoço;
  • Acariciar o próprio rosto;
  • Mexer no cabelo;
  • Passar a língua nos lábios ou na parte interna das bochechas, expirando de forma lenta com as bochechas infladas;
  • Tocar ou acariciar o pescoço e/ou a nuca;
  • Esfregar os lábios;
  • Passar a mão na barba;
  • Puxar ou massagear o lóbulo da orelha com o polegar e o indicador;
  • Assobiar;
  • Conversar sozinho;
  • Bocejar excessivamente;
  • Colocar os dedos entre o colarinho da camisa e o pescoço para afastar o tecido da pele;
  • Cruzar os braços e esfregar as mãos nos próprios ombros, como se tivesse um calafrio ou desse um abraço em si mesmo.

Se você vir qualquer uma dessas situações, sabe que a pessoa está desconfortável com alguma coisa. Pode ser algo que você fez ou outra situação. De toda forma, é importante reavaliar seu comportamento e tomar um cuidado maior.

Além disso, quanto mais estressada a pessoa estiver, mais ela tende a tocar o pescoço e o rosto. Ter essa informação permite entender o nível de desconforto do colega de trabalho.

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Evite olhar apenas para o rosto

Para Navarro, o rosto é o lugar menos confiável. Por exemplo, ao demitir remotamente, a pessoa pode manter a calma e mostrar que está tranquila. No entanto, ela tende a estar bastante irritada e demonstrando isso com os pés, as mãos ou qualquer outra parte do corpo.

A mesma ideia é válida para contratar remotamente, passar um feedback ou efetivar qualquer outro processo necessário no ambiente corporativo. Por isso, é importante observar essas outras áreas.

Afinal, somos preparados para ter um comportamento social positivo, que é passado pelo rosto. É como uma “cortesia social”, diz Navarro. Isso não acontece com os pés, que podem ficar virados para o outro lado. Assim, é fundamental ter uma visão abrangente para ter uma boa comunicação na volta ao escritório.

Aqui, é importante reforçar que nem todo mundo é mal-intencionado. No entanto, o retorno ao ambiente de trabalho pode ser desconfortável. Muitas pessoas preferem o sistema híbrido ou o trabalho remoto. Também há quem não queira se sentir invadido ou ainda esteja com mais receio do que os outros. Porém, essa pessoa nem sempre vai se expressar de forma clara para evitar conflitos.

Ao optar pela linguagem corporal, você identifica essas nuances e evita problemas. Essas dicas também servem para a comunicação na volta ao escritório fora da empresa. Por exemplo, nos coworkings, que reúnem várias pessoas diferentes e que nem sempre se conhecem. Portanto, essas sugestões são as melhores para quem deseja ter um bom relacionamento com os colegas nesse retorno.

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Texto escrito por Fabíola Thibes, jornalista e redatora web.

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