Liderança remota: um miniguia para você otimizar a gestão de equipes a distância

liderança remota

A liderança remota é necessária para adaptar sua empresa para o pós-pandemia. Gerenciar equipes pode ser um desafio, mas existem alternativas para melhorar os resultados. Entenda.

Você já sabe que a pandemia mudou o ambiente corporativo e fez muitos gestores implementarem o trabalho a distância. Aliás, o futuro é esse, inclusive aqui no Brasil. No entanto, mesmo depois de um ano, ainda fica a dúvida: como efetivar a liderança remota?

A resposta envolve diferentes variáveis, que ainda precisam ser adequadas à realidade brasileira. Afinal, o mercado nacional é diferente daquele encontrado em outros países — e isso se reflete na possibilidade de trabalhar a distância.

Para entender melhor, veja alguns dados. Que tal começar?

Dados do trabalho remoto no Brasil

Uma pesquisa da FIA Employee Experience mostrou que 90% das empresas brasileiras adotaram alguma modalidade de trabalho remoto. Antes da crise sanitária, apenas 43% ofereciam alguma opção dentro desse regime.

Apesar do índice de empresas que tinham o trabalho remoto antes da pandemia chegar a quase metade, somente 7% dos profissionais atuava fora do escritório. Com as mudanças ocorridas em 2020, o cenário mudou.

Um exemplo é o banco BMG. Se antes o programa de trabalho remoto era pequeno, em 2020, chegou a 100%. Os índices de satisfação dos profissionais atingiu 94%, mas o objetivo é encontrar um meio-termo.

A pesquisa já citada ainda trouxe mais dados. Segundo o levantamento, 91% dos colaboradores acharam a experiência em home office ótima ou boa. Apesar disso, 60% das companhias tiveram dificuldades devido à distância. As principais foram:

  • Disponibilidade de equipamentos: 33%;
  • Adaptação dos funcionários: 30%;
  • Conexão de internet: 27%.

Essa realidade foi confirmada pelo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Por ter uma abrangência maior, a pesquisa mostra que 11% dos trabalhadores ativos atuaram de forma remota na pandemia.

O período avaliado foi de maio a novembro de 2020. O levantamento ainda mostrou que a maior parte dos colaboradores nessa condição estão no Sudeste, são homens, têm nível superior completo, têm entre 30 e 39 anos e estão empregados no setor privado.

Pode parecer difícil de entender agora, mas todos esses dados interferem na adaptação da liderança remota. É preciso considerar a situação, por exemplo, dos mais pobres e das pessoas com funções em que é mais difícil implementar o trabalho a distância.

Além disso, existe a questão cultural. Muitas empresas ainda optam por manter os colaboradores no escritório para, supostamente, controlarem mais. Já se sabe que isso não interfere na produtividade. Portanto, é mais um motivo para saber como otimizar a gestão de equipes.

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Como efetivar a liderança remota? Veja 5 dicas

Ainda que o cenário brasileiro seja diferente daquele verificado em outros países, algumas dicas de liderança remota são aplicáveis a todos os lugares. Entenda quais são as melhores para adotar no mercado nacional.

1. Comunique-se

Essa parece ser uma dica simples, certo? Mas ela é fundamental. Afinal, sem comunicação, nada vai para frente.

Um exemplo é esperar que as coisas sejam feitas com base no bom senso. É bem provável que você já tenha tido problemas por causa disso. Afinal, o que significa ter bom senso no contexto analisado? A resposta pode ser diferente dependendo da pessoa.

Acabar com essas situações depende da comunicação. Por meio dela, você define exatamente quais são as suas expectativas e o que precisa ser feito.

Em vez de se basear no bom senso e pedir agilidade, compartilhe o calendário. Em vez de apenas comentar o resultado esperado, traga-o de forma detalhada. Explique o que cada um precisa fazer, como será a interação com outros membros da equipe e quem contatar em caso de problema.

Uma forma de fazer isso é realizando reuniões rápidas todos os dias. A ideia é perguntar a todos o que foi feito no dia anterior e o que será realizado hoje. O objetivo é ser informal, confirmar o planejamento, sanar dúvidas rapidamente e resolver algum problema que tenha surgido. Tudo em até 15 minutos, aproximadamente. 

Dessa forma, mesmo a distância, o profissional exerce sua função de acordo com as expectativas. Em caso de imprevisto, já sabe o que fazer ou quais decisões tomar. Ou seja, evita-se a perda de tempo.

2. Promova encontros virtuais

Você acha que, ao optar pelo trabalho remoto, cada profissional ficará isolado em sua casa? Fisicamente, sim. Mas é importante criar encontros virtuais — e alguns presenciais, se for possível.

Esses momentos são importantes para tornar as equipes mais engajadas e deixar o clima entre todos mais suave. Ao mesmo tempo, esse ambiente compartilhado permite que as pessoas troquem informações de maneira informal e criem soluções de modo espontâneo.

Por isso, ainda que você ache desnecessário, vale a pena investir nessa alternativa. No começo, haverá certa estranheza. Porém, você pode criar estratégias para que todos comecem a conversar. Por exemplo, por que não implementar o casual friday? Nesse dia, todos fazem um encontro virtual vestido de pijama ou com qualquer roupa de ficar em casa.

Outra possibilidade é fazer um happy hour. Cada um na sua casa bebe e come o que quiser. Enquanto isso, os colaboradores falam de amenidades, como a cerveja de que mais gostam, a preferência por café ou os compromissos sociais que terão no fim de semana. Aos poucos, todos se sentirão melhores em compartilhar experiências.

3. Crie um grupo com profissionais experientes no trabalho remoto

A liderança remota não precisa ser exercida sozinha. Ter ajuda é imprescindível para saber o que está acontecendo sem cair no microgerenciamento. Além disso, essa é uma forma de repassar confiança à equipe.

Como isso acontece? Simples. Com o auxílio de mais pessoas experientes, os colaboradores podem sanar suas dúvidas. Esses profissionais também se movimentarão entre as equipes. Desse modo, serão capazes de identificar gargalos nos processos.

Todos esses desafios devem ser documentados e repassados a você. Assim, é possível encontrar soluções e designar pessoas responsáveis para lidar com cada obstáculo.

Esses profissionais experientes também podem ajudar nas reuniões e em comunicações internas. Por exemplo, imagine que foi encontrado um conflito entre dois colaboradores. Eles têm dificuldade em entender seu papel e acabam passando sobre as responsabilidades do outro.

Essa equipe reporta a situação a você. Juntos, é encontrada uma solução, que pode ser uma reunião para definir o que cada um vai fazer. Antes disso, os profissionais com experiência na liderança remota perguntam o que cada um acha sobre sua própria função. A partir disso, você já se prepara e encontra um meio-termo que fique bom para todas as partes.

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4. Entenda o que cada membro da equipe acha do trabalho remoto

Nem todo mundo vai gostar de ficar longe do escritório. Depende muito do perfil profissional de cada um. Por isso, uma boa liderança remota passa por conhecer os colaboradores, entender seus pontos fortes e fracos, e o que esperam da empresa.

Ter essa porta aberta é uma forma de encontrar o equilíbrio. Se o time for diversificado, vale a pena considerar o trabalho híbrido. Assim, todos atingem o seu máximo de produtividade.

A ideia é que cada colaborador exerça sua função de onde quiser. Pode ser no escritório, em casa, em um coworking etc. Essa flexibilidade tende a ajudar nos resultados.

Além disso, é possível perceber se a maioria gosta do horário que faz ou prefere mudar. Dar essa flexibilidade ajuda no engajamento e na produtividade. Para conhecer melhor os profissionais, é importante responder alguns questionamentos:

  • O que afeta a performance e a satisfação no contexto do trabalho remoto?
  • Quais desafios surgiram nesse cenário? Há mais dificuldades na vida pessoal ou em questões técnicas?
  • Qual é o tipo profissional e as preferências?
  • Como os problemas impactam o futuro do trabalho, a acessibilidade e a visibilidade?

5. Cuide da saúde mental dos colaboradores

Sim, a liderança remota vai muito além de conseguir resultados. Com as pessoas longe do escritório, é mais fácil ignorar o que acontece em suas vidas pessoais. O problema é que a saúde mental e a qualidade de vida no trabalho interferem na produtividade.

Desde o começo da pandemia do coronavírus, muitas pessoas entraram em depressão. Tanto é que 53% dos brasileiros tiveram piora na saúde mental. O país, inclusive, ficou na 5ª posição no ranking com mais queda nesse quesito.

Como consequência, há prejuízo à produtividade. Diante desse cenário, torna-se imprescindível entender como os colaboradores se sentem. Existem várias formas de chegar a essa informação. Por exemplo:

  • Preenchimento de informações em formulário;
  • Reuniões individuais;
  • Conversas informais.

O importante é verificar o que dá mais certo para a cultura organizacional da sua empresa e para cada colaborador. A equipe com experiência também pode ajudar.

A verdade é que a liderança remota pode ser implementada de diferentes maneiras. Essas dicas que apresentamos são úteis para qualquer contexto. Mas também vale a pena implementar outras.

Quer saber como deixar sua empresa totalmente pronta? Então, baixe este checklist para se preparar para os novos formatos de trabalho.


Texto escrito por Fabíola Thibes, jornalista e redatora web.

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